Eles faziam parte de uma noite tranquila
e não sabiam o que os esperava.
Sequer imaginavam que a fúria insana
do fogo e fumaça nauseabunda
trariam o estupor da morte.
O inferno de fogo rasgou-se do topo,
como uma tocha tudo ardeu de repente.
A rua estava povoada de cadáveres,
todos estavam mortos e queimados,
tantos cadáveres nunca tinham visto.
Sangue e entranhas expostas
cheirando como um matadouro.
Deus, quão doloroso ver tantos corpos!
Por que eles deveriam morrer aqui? Por que?
Eu quase posso sentir o desespero,
os gritos lancinantes:
- Eu não quero morrer aqui!
Não quero!
Não foi como deveria ser,
talvez o destino, um mero acaso,
os colocou juntos nesse mesmo lugar fatal,
para que com o tanto que tinham de vida,
dessem expiação aos pecados dos ambiciosos.
A musica cessou, a porta estava distante,
tão longe, tão longe a porta da entrada,
tombaram abatidos, entre gritos,
entre sobressaltos, não tinham poder algum.
Quantos pediram para não morrer,
mas sequer puderam olhar nos olhos
dos que tombavam pelo caminho.
Já sem forças, o sangue e a dor
o desespero inútil para avançar
correr entre corpos caídos,
mãos crispadas, pulmões queimados,
comprimidos, querendo um pouco de ar.
Podemos apenas chorar, lamentar,
enquanto os mortos são contados
enquanto as perdas são pranteadas,
É impossível dizer quantos morreram,
mesmo em vida muitos pereceram
vendo seus mortos queridos
entre a pilha de cadáveres,
entre os muito seriamente feridos,
enquanto os mortos são contados
enquanto as perdas são pranteadas,
Impossível saber quantos mais morrerão!
A dor tomou conta,
não se acostuma com a dor,
tudo é mais difícil,
quando o peito sangra em expiação,
enquanto os mortos são contados
enquanto as perdas são pranteadas.
by Arys G@iovani