Só minha alma chorou...
Sentado à beira do portal
Pude constatar de forma escusa,
Sem a certeza louca.
O que era o meu mal.
A tristeza em minh’alma
Enegrecida de lágrimas contidas
Presas, sem saída...
Amarradas em minha garganta
calada e desesperada, dolorida.
De meus sonhos frustrados,
Minha solidão furtiva.
Minha morte espreitada,
Mas é esguia.
Não sei por que vivo.
Não sei porque não morro.
Um fim a tudo.
Sem pedir socorro,
Mas minha dor é algo incompreensível
Para outros... talvez compreensível,
Pra que gritar?
Lastimar para ser motivo de chacota.
Desprezado sem saber,
Sofrendo mais rindo de alegria,
Para se conter.
Dúvidas, tristezas, incertezas.
Ciúme, medo, solidão.
Crenças passadas, vida desperdiçada.
Sem consciência do que é ser,
Poder ou amar de verdade.
A consciência é doentia.
A tristeza é infinita.
A morte é certa, mas a fraqueza
É passageira.
Sentado na entrada do portal,
Abaixei minha cabeça e
Chorei, finalmente chorei
Pq já não tinha mais lágrimas
Nem corpo.
Só minha alma chorou,
Despejou o que prendeu
Por toda uma vida de amor
Sem amor. De tristezas e dor.
Na entrada do portal.
Levantei a cabeça e sorri.
Aliviado percebi,
Que já não estava nem mais aqui
Nem sonhando ali.
Atravessei o portal.
Setembro/99
Oh ego Laevus!