Com a mão na cumbuca – Lizaldo Vieira
Arre égua
Tá danado
Quanto mais puxa
Mais estica
O prejuizo de gaia
A coisa tá feia
Tudo virado
De caba a rabo
Não se atreva
Nem futuca o diacho
Com vara curta
Macaco velho
De sabido
Já não mete a mão em cumbuca velha
Por motivos óbvios
Não chupa pitomba
Sabe bem o espera
No buraco além
Anda e vira
De Volta ao mundo
A História é a mesma
Derreteram as geleiras
Urso polar anda á deriva
Tem cemitério de baleia
Na praia do robalo
Mãe d’água
Anda á procura do cavalo marinheiro
Que saiba andar no raso da Catarina
Arara azul
Ararinha
Jiboia
Tamanduá
Muito cedinho
Caíram fora do lugar
Tão caçando até roto sertanejo
Pra comer com serva
Dá pena o coitado do calango
De deu em deu
Sempre mudando de cor
Pra ver se vive uns dias a mais
Nas terras setentrionais
Com a mulata do condor
Sorte boa
Tem o velho urubu
Já nem apodrece
O que vê
Como cru
Pra não ter aproveitamento
Da carcaça que sobrou
Siri na gaiteira
Foi proibido
Ninguém dá de cara
Com um só individuo
Encurralado na lama de veneno
Desconjuro de crescer
Morre pequeno
Sem barulhar ou reclamar
Na lata
O crustáceo Uça
Nosso produto exportação
Tem mais não
Virou artigo de luxo
Não adianta pechinchar
No mercado tales Ferraz
A procura é grande
Pro toque-toque
Fim de semana
Na passarela do caranguejo
Pra esses maus do século
Chamados ganancias e poluição
Lavamos as mãos
Enquanto eles
Lavam a égua
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...