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,que o tempo não pare, nem deixe de parir tempos!
(I)
,e eu abrando,
repetem-se cenas, visões, nenhures imaginados,
criações sem nuvens em redor, ou alfazemas do campo
agarradas à terra seca, gretada,
,e eu abrando,
,o amar torna-se ridículo,
quando regressam os odores conhecidos,
como se à tarde existisse sempre, sempre
um esconder do sol,
,ou um poema por ler.
(II)
,transmuda-se a pele em escamas,
pela viagem sem partida, sem gestos,
mímica que os nevoeiros escondem,
tapam,
,lenços brancos esvoaçam símiles a bandos
de pássaros em migração constante, sem tino,
sem rota,
loucos.
(III)
,quantos os loucos.
(IIII)
,um dia abate-se o céu pelo peso das estrelas,
,eu, abrandar-me-ei,
agitando esse pó que me cobrirá
inexoravelmente,
implacável o ondear sem reflexo, nexo,
figuras, sombras, pessoas,
uma amálgama que se debaterá então.
,o tempo parará a loucura,
,as aves morrerão em pelo voo, suspensas,
acamadas nos cirros estáticos, eternizados,
enraizados no parir dos tempos.
(IIIII)
,e eu repetirei-me-ei,
,sem pejo, impedimento;
“-As amendoeiras renasceram em flor, algures, tardiamente.”
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte