Já não existem rastros pelos pés que o rumo
Pegadas não impressas são ausentes na trilha
Passado deglutido pelo presente em consumo
As cores da esperança de um futuro sem vinda
Ao tempo presente de um mundo sem prumo
Esboço arquitetado pelo destino de uma vida
Cotidiano da imitação do ontem em resumo
Sensação de enjôo quando o novo não é ida
A verdade sem saída, porta que não aflora
Fracionada na hora entre o viver e existir
Cortinando o real que na alma nos chora
Eternidade dos sonhos que apesar da demora
Sobrevive nas manhãs a espera do que sorrir
Em resgate a beleza ao tempo de outrora
Murilo Celani Servo