Maldita GANÂNCIA.
Normalmente as tragédias - salvo as de cunho natural - tem como princípio ou agravante a avareza dos empresarios. A busca do lucro, sob risco de tudo.
Neste caso, de tudo que já consegui ouvir, é mais um caso onde a sede pelo lucro provoca esse tipo de coisa. E se pensarmos em todas as casas noturnas nesse Brasil inteiro, a maciça maioria são ratoeiras humanas. E a grande maioria dos seus proprietários ou exploradores, são pessoas vindas do submundo ou de herdeiros dos grandes líderes empresariais da cidade, que contam com a influência do poder ou do capital, para infringirem as normas de segurança, com a anuência das autoridades locais.
Li, ouvi, assisti, que a dita casa noturna, estava funcionando sem Alvará, há cerca de 6 meses. Impossível que as autoridades locais, sejam dos bombeiros, da polícia militar, da polícia cível, não tivessem conhecimento das irregularidades.
E onde estavam todas essas instituições de segurança nesse tempo todo? Pois eu respondo...
- Estavam multando as infrações de trânsito nas esquinas;
- Fazendo plantões na periferia, prendendo ladrões de galinhas;
- Buscando meios, formas e jeito, para proteger os influentes da cidade, em troca de favores e propinas;
- Brincando de prevenção, nos infindos treinamentos por conta de possíveis acidentes, guerras, etc.
- Combinando como proteger o patrimônio dos poderosos da fome ou vingança dos flagelados da ganância capitalista.
Quantas dessas casas funcionam em todas as cidades desse nosso país, apresentando os mesmos riscos, a mesma eminência de catástrofe, quando apenas o lucro tem validade? Quantas dessas casas, recebem a proteção ou no mínimo a conivência das autoridades locais, por conta de favores, propinas ou simplesmente pressão de pessoas influentes, social ou politicamente?
Evidente que quando um acidente toma proporções gigantescas como esta e atrai a atenção do país, da maça, muitas das irresponsabilidades, falcatruas e conivências vêm a tona. Mas, na calada das redes de influência do poder, das propinas e conchavos, quantos ambientes semelhantes, ou até piores, continuam funcionando normalmente, a mercê da sorte?
Bem por isso, gasto grande parte do tempo que dedico a escrever; gasto grande parte do tempo que disponibilizo para interagir nos meios de comunicação, para chamar a atenção e denunciar, a meu modo e com a minha modéstia ótica, a avareza de grande parte do empresariado, motivado pela ganância inescrupuloso. Pelo poder econômico que se mistura e se alia ao poder político.
E também por isso, vivo a incitar todas as pessoas que tem talento para escrever, competência e lógica social, bom senso e mantém mínimos valores humanitários, que denunciem, que verbalizem, que apontem os efeitos daninhos da ganância capitalista, da avareza do poder capitalista.
E igualmente por coisa assim, que vivo a apontar a fragilidade e o lado torto da polícia e de todas as autoridades constituídas, que vivem e sobrevivem por conta da proteção do patrimônio e não da vida. Que existem por conta da proteção do patrimônio e não da justiça. Que subexistem em função do dinheiro e não a justa razão de viver.
Claro... É mais fácil agora, depois do mal se fazer e matar, literalmente, lamentar as mortes, chorar as dores alheias e no momento seguinte fechar os olhos para tudo que é esdrúxulo e vergonhoso no lido social. As dores passam. As lágrimas cessam, mas as falcatruas, a ganância, a avareza capitalista continua e continuarão matando, matando e matando. Se não em catástrofes como esta, mas nas favelas, nas esquinas, nos esgotos a céu aberto, na exploração e na ignorância dos valores humanos elementares, que a fome de lucro não deixa perceber ou valorizar.