Era já noite cerrada
Quando os alarmes soaram
A morte ia chegar.
Iam caír as granadas
E os corações pararam
Já não havia Luar.
Quando o Sol pela manhã
Voltou a iluminar a Terra
O sangue jorrava nas ruas.
A vida é coisa vã
Pois o Senhor das guerras
Voltou a fazer das suas.
As bombas... bela invenção
Que matam em nome da paz
E põem a Terra em fôgo.
Trazem miséria, não há pão
E não há ninguém capaz
De ajudar o noso pôvo.
São as bombas sociais
Que vão ajudar os povos
A poderem morrer em paz.
Elas são todas iguas
Matam os vélhos e os novos
O medroso e o audaz.
Cantam os galos no poleiro
Com a crista levantada
Mostrando o seu desprezo.
Nenhum deles é guerreiro
Mas vão enviando granadas
Aos povos indefesos.
Quando a guerra acabar
As cidades ficam desertas
E familias dissipadas.
Mais bombas irâo fabricar
Deixando as portas abertas
A mais mortes encomendadas
A. da fonseca