O tempo é viagem de alguém bem distante
Já é manhã, e mais uma vez como profecia
Vazio refletido em meu olhar não adiante
Tédio previsto pela ausência que me viria
Procuro o meu eu nas horas do instante
Em algum lugar desta terra por magia
Pulsa em ti o meu pensamento errante
Arauto do desejo que se doa em poesia
Em cada verso, em alma no teu céu, eu.
Um arrepio, um frio, é quando presente
Faço-me sentido mesmo em dia quente
Acelerando esse coração que ainda meu
Aonde quer que se vá o estado ebuliente
Não mais se julga por não se achar decente
Murilo Celani Servo