Quantos versos ternos expeli em êxtase,
Colocando, em figuras de estilo,
Com prudência, a verdade, na raiz, em ênfase?
Praí um armário cheio. Mas não me via naquilo.
Que raio era aquilo afinal?
Um bocejo, um desmaio de vocabulário
Tossido para outrém brilhar.
Não era eu, poesia irreal.
Há que mudar.
Deixar o oculto penetrar,
Soltar as amarras,
Abrir o armário,
E num tom surreal
Murmurar as loucuras
E os breves resumos
Das minhas aventuras.
Na batida, navegar...
Abraçar a vida com garras.
Com menos farras
Tomar novos rumos...
Mas sempre ao som das guitarras
E sem nunca deixar os fumos.
Musa que venha,
Estou indiferente.
Já não há cigarra que contenha
O canto honesto, que em minha mente,
Tem agora, residência.
E a euforia que manifesto
Ao ser eu seriamente,
Sem propósito desonesto,
Nem clemência por um alvo impaciente.
Minhas palavras sem propósito,
Essas sim são importantes.
As que guardo no depósito
Das memórias relevantes.
Serei eu de agora em diante,
De alma, corpo e coração.
Sem mais palavra entediante,
Esta é a minha resolução.
"Even though i walk through the valley of the shadow of death, i will fear no evil..."