Antigamente
Os anos passam num instante,
Posso dizer, que sou velha
Nasci já há tanto tempo.
Como está tudo diferente.
As fraldinhas de paninho
Suave, lavadas com sabão
Postas ao sol a corar
Num estendal de brancura.
Cuidadas todas à mão.
Criadas pela nossa Mãe
Sempre cheias de mimínhos
Mas com regras e preceitos
Que só nos trouxeram bem.
Brincávamos às casinhas
Fazíamos baptizados, com
Bolinhos, rebuçados
Para dar às amiguinhas
Na escola, respeitadoras.
Disciplinadas, obedientes
Os professores uns amigos
Senhor doutor ou doutoras.
Adolescentes, alegres, animadas
Aprendemos a dançar, ao som
Do piano ou então das grafonolas.
Fizemos sim, isto não é fantasia.
O nosso próprio enxoval
Bainhas ,rendas ,bordados.
Ao serão, Já havia telefonia
Pretendentes não faltavam
Para casar com a carochinha
Tão prendada e bonitinha
Namoravam e casavam
Felizes para toda a vida
Tinham muitos filhos, lindos
Netos, bisnetos, amigos
E uma família sempre unida.
Depois de tão grande evolução!
Fico a pensar muita vez!
Estarão a inventar um processo
De viver, sem Coração?
Vólena