.
.
.
.
.
.
.
..........................................
*****************************************
,fala-me do inferno,
não do dantesco ou do satânico,
fala-me do teu, do que te corrói o corpo,
apodrece,
(I)
,ensina-me da vida,
da alegria, do sorriso, da viagem interminável
sem procelas tantas.
,ensina-me a andar,
revalando-me os caminhos dos luzeiros,
numa noite acesos, pelo desmemoriado tempo
presente, ou,
do cheiro das açucenas em flor,
das amendoeiras brancas pelo inverno,
ou do areal sem pétalas, sem orquídeas esvoaçando
sobre a espuma do repentino ondear.
,e,
(II)
,quando o mundo renasce de pernas para o ar,
pela madrugada,
lembro-me de ouvir o teu mar,
em sussurro,
em murmúrio, sem pausas.
,hoje,
(III)
,no dia em que as palavras se libertaram,
antes que o silêncio as autoflagelasse,
escrevo-te,
[seja sorriso, seja-te apenas um sorriso...].
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)