Sou como um pássaro
que voa que esvoaça
através do mundo
e não me enquieto nunca.
Minhas asas desenham nos espaços
figuras mágicas
que as estrelas pretendem apagar
nas noites misteriosas.
Sou como um pássaro
fugídio, inquietante, vivo
sem pousada, sem ninho, sem embalo.
Se avistares lá no alto
um pássaro de asas de cetim
esvoaçar ao longe
em gesto de partida.
Sou eu
Sou eu que fujo ao mundo
Sou eu que fujo à vida,
Sou eu que fico em mim.
Maria Helena Amaro
Inédito, novembro de 2009