O orvalho da manhã
mistura-se no nevoeiro
que abraça o rio,
as gaivotas sacodem as asas
sem sono,
com o voo a cantar
esperanças na ponta do horizonte...
Um raio de luz
perfura de cima
ao encontro das águas...
Viajo de pé
num barco de papel
à deriva no rumo
que os traços não enxergam...
O vento ausentou-se...
Num velejar suave
na brisa que cantam os anjos
adormeço realidades
para não caminhar
na mesma estrada...
Liberto as mãos
os sonhos dançam
com o poema que és
na saliva do meu olhar cor de mel
dos lábios em preces
acordo o doce sabor
que alcança a palavra amor
nos trilhos onde anseio continuar...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...