Poemas -> Amor : 

O Jardineiro e Angélica

 
Acorda muito cedo e

sai para a lida.

No peito leva o segredo,

de quem viveu um pesadelo.


Antes tinha o sorriso largo,

em seus braços sempre levava,

ramos de rosas, jasmins e angélicas.

Seu coração batia forte.


Vivia em uma casinha

no sopé da montanha,

Sempre perfumada, de flores,

onde reinava paz sem dissabores.


Recém casado, com sua bela e

encantadora esposa.

Trazia no peito a alegria de um

coração apaixonado e esperançoso.



Entre flores, rosas de sua labuta diária,

Sonhava, formar uma família linda, e feliz.

Porém, na vida nem tudo é como se imagina.

E as intempéries do tempo nem sempre condiz.



Em uma noite chuvosa, de um inverno,

implacável e tenaz.´

Faz-se necessário, sair na tormenta,

pra salvar da ruína, as flores amadas.



Em casa, apreensiva,

fica a esposa aflita.

E num rompante de amor e proteção,

corre ao galpão, pra ajudar o esposo.



Ambos, numa luta descomunal,

conseguem afinal, salvar do frio

e da tempestade as mudas das flores,

e também alguns animais.



Na volta pra casa, o marido aflito.

Agasalha a esposa franzina.

E com todo amor, lhe prepara um chá.

Quentinho, beijando-lhe as faces frias.


Porém, como sempre,

não somos donos do tempo.

De suas mudanças, e suas nuances,

que, nem sempre aviso, se nos dá.



Adoece. Angélica, na doce flor da idade.

No alto de seus anseios e sonhos,

de florescer, e em seus seios abrigar,

o seu amor, o Jardineiro e seus filhos a gerar.


Em vão se tornam todos os esforços,

nem médicos , nem benzedores,

nem o cuidados árduos de seu amor.

Trazem de volta à sua face o rubor.


Na luta contra a enfermidade, Angélica,

fenece pouco a pouco, e em um por de sol,

quando o sol esconde-se na montanha,

Como a chama de uma vela, apaga-se.


Apaga-se para a vida, apaga-se para o amor.

Apaga-se a chama que une dois corações,

em apenas um.

O amor do Jardineiro e de sua flor Angélica.


Fica o Jardineiro solitário,

e com todo seu amor,

pelas sementes de flor,

sepulta Angélica com devoção.


No cimo da montanha,

que tanto amou.

Ali, chora sua amarga dor.

Deixando no chão a semente que mais amou.



De uma semente que jamais,

lhe trará, os filhos que sonhou,

o lar tão cheio de vigor,

Do seu grande amor por Angélica.



Ali, no alto da montanha.

Brada com sua voz tremida.

Brada seu amor, à falecida.

Promete: Jamais te deixarei, sem uma flor!





Fadinha de Luz











Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)

 
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MariadeFatima
 
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