A dor imputa aos meus sentidos
A sua enxurrada de culpa.
Dissolve homeopaticamente
Minha autoestima meretrícia.
Balbucia ao meu espírito
A lastimável sentença de respirar.
Orando fervorosamente à síncope
Suplicava contra o açoite da sobriedade.
Ânsiava pelo afago do acorde derradeiro
O último suspiro das minhas mutilações.
"A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito." Manoel de Barros
Hoje meu coração está menor.