Há muitos casos, na vida; Tanta coisa acontecida, Que vale a pena contar. Dai-me um pouco de atenção; E vereis, com emoção, Algo capaz de pasmar…
Despontava a madrugada; Numa conversa animada, Seguiam o seu caminho Um homem, de alta estatura, E uma mãe que, com ternura, Aperta ao colo um filhinho…
A criança dormitava, Enquanto ela o afagava, Tão trémula de emoção. Que fresca a brisa caía! Nem uma ave se ouvia; Era tudo solidão…
Aparentando elegância, O homem, com arrogância, Leva as armas carregadas: Parecem bem defendidas Duas inocentes vidas, Que lhe foram confiadas…
O pequeno suspirava, Enquanto o tio afagava O seu rosto virginal. E lá se vão, apressados; Por alguém são aguardados Com ânsia, num hospital.
Há longos meses ausente, Ali se encontra, doente, O pão daquela criança. Quer ver o filho querido Que, há pouco tempo nascido, Traz-lhe amor e confiança…
Vendo a esposa e o irmão, Certamente lhe darão Grande alívio àquela dor. Quem sabe se o doentinho, Ao beijar o bebezinho, Não ficará bem melhor?!...
Às vezes o coração Faz milagres, que a razão Jamais consegue explicar! Quando vir o seu rebento, Terá este enfermo alento Capaz de recuperar?...
Caminham os viajantes; E já vão muito distantes Do torrão que os viu nascer! Sentindo-se já cansados, Ficarão reconfortados, Porque agora vão comer.
Aconchegada a barriga, Vencida, enfim, a fadiga, Terminada a refeição, Resolvem então partir; Mas, antes de prosseguir, Têm uma hesitação…
Dum lado havia uma estrada; Doutro, a montanha cerrada, Que encurta muito o caminho. Decidem mesmo subi-la, Para chegarem à vila, Depressa, muito cedinho…
O clima era fresco e puro; Estava ainda um pouco escuro, Mas a viagem não pára. Segue o homem, destemido; Seus passos fazem ruído… Demonstra energia rara.
Iludem as aparências… Existem muitas carências Nesta pobre Humanidade… Porque uivará tanto o vento?... Envolve um pressentimento Que nos inspira piedade…
Alguém pretende roubar O filho à mãe que, a gritar, Aos céus pede protecção! Que teria acontecido? Dando um enorme rugido, Chegara ali um leão.
O homem, acobardado, Num rochedo empoleirado, Nem consegue disparar! Enquanto que a mãe, sozinha, Se debate, coitadinha, Sem nunca o filho deixar!
Confusa, desesperada, Ela bem corre, coitada; O momento é de emoção! Numa pedra tropeçou… Então o petiz rolou Para junto do leão…
Com ar feroz, triunfante, A fera olha, arrogante, O seu tenrinho manjar! A mãe quase desmaiou… Mas resoluta ficou Junto ao leão, a chorar…
Levantando, meigamente, Do chão aquele inocente, O leão não o devora: Para a mãe, vencida olhou: A criança lhe entregou; E, rugindo, foi-se embora!...
UM POEMA EMOCIANTE, LINDO E COM UM FIM FELIA, POIS ESSE SIMPÁTICO LEÃO DEVOLVEU O FILHO E SUA MÃE. SEU POEMA É EXTRAMAMENTE MARAVILHOSO OS MEUS SINCEROS PARABÉNS AMIGO POETA QUARTA. FELIZ E SANTO NATAL