Éramos mais ou menos dez.
Depois ficamos em um só
Para cada um de nós.
Um foi ser caixeiro-viajante
Outro estudante
Um outro foi ser comerciante
E os demais foram viver
De uma outra forma qualquer.
Quem sabe: funcionário público
Músico,bancário, só não foram ser banqueiro.
Éramos dez
Quem sabe até mais.
Gozavamos as noites na praça
De graça, sem pagar nada a ninguém.
Ninguém reclamava entre nós
Ninguém sofria dores entre nós
Ninguém devia entre nós:
Também: éramos lisos, não tínhamos nenhum tostão.
Éramos dez ou quem sabe dez mesmo
Não desejávamos mais nada
Tínhamos o suficiente para viver:
Um papo, uma boa cachaça
Uma boa vidraça para quebrar
Uma boa arruaça para promover
E boas risadas dadas entre os dez Quixotes.
Éramos dez
E mais ou menos o que me lembro.
Tudo que tenho pra recordar.
Está nas calçadas, nas fachadas dos prédios
E nos monumentos da praça.
Chicão de Bodocongó, 8 de janeiro de 2013
Às 15h17min
Chicão de Bodocongó foi a melhor maneira de homenagear o bairro que moro a trinta anos na cidade de Campina Grande ( Bodocongó ), Paraíba. O meu nome é Francisco de Assis que é acompanhado pelo sobrenome Cunha Metri e faz pouco dias que venho publican...