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Cabeças de poetas
de olhos abertos
e verso em riste.
Os mais tristes,
ou mais loucos.
Pretos,
brancos,
doloridos.
A árvore da fresta
da janela
é mimeografada,
roxa
e cheira a álcool.
A galinha de Clarice
voando astronauta
no mar-éter,
mãe do ovo óbvio.
Sem cabeça.
Na cabeça da galinha
fogo
das ventas de poetas
sem cabeças.
A cortina
da janela
é papiro do Egito,
hieróglifos
de tinta acrílica no papel.
A prisão do passarinho
do Quintana
é entre
a árvore seca
da bruxa-fada
também roxa,
no céu roxo,
e os infernos -
pintura psicografada
por um autor
expressionista
falecido,
hedonista
fatigado.
Turvo,
turvo.
Escuro e vermelho,
linhas dividindo nada.
Linhas divisórias,
linhas ilusórias.
O relógio sem ponteiro,
marca nove e vinte.
O ponteiro do segundo
é uma espada de São Jorge.
Xangô dançando capoeira.
A carta 7 do tarô.
A máscara no toco de pau.
Modem, caixa de som, .
O rodapé,
o chão.
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