Poemas : 

Sorrisos anorexos

 
Sorrisos anorexos
 
Meus amigos venderam suas almas
- não para o demônio, que seria mais digno –
Mas para pequenos capitalistas de céu e calabouço
Que mercantilizam epopeias surreais.
Eram bons homens aqueles.
Bravas mulheres, também vi, trocando seu riso
Por algumas vestimentas e horas de delírio
Em pequenas boates escumando escórias.

Sinto-me sozinho, mas conservo a dúvida.
Não entreguei meu gesto, nem o poema,
A nenhum suserano marrom
Que panfletava o firmamento em pequenas sodomias.
Minha envergadura amoral permanece estática
Diante dos alforjes de deuses de bronze e vergonha
Cujas barbas trituram milhões de trovadores.

Olhe, meu bem, o mundo está morto!
A vida é uma dançarina paraplégica imaginando passos
Em sua sala vazia.
Tenho lido obras completas de poetas miseráveis
Cuja dor é amiga e brinda cálices comigo.
Revejo velhas fotos e desconheço rostos
Que figuram anorexos sorrindo dentes podres.
Quero uma dor antiga para morrer em paz.


Eu sou a vertente mórbida de um anjo bom. A poesia trágica, o constante inconstante, o sopro gélido de uma noite fria. Creio ortodoxamente no que duvido, abrigo extremos, escrevo poemas em meio a balas de canhão. Odeio o lirismo covarde, as frases sem ...

 
Autor
roniel.oliveira
 
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Enviado por Tópico
RayNascimento
Publicado: 07/01/2013 14:12  Atualizado: 07/01/2013 14:12
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 Re: Sorrisos anorexos
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Roniel,
Pura verdade!!!
O poeta retrata o que muitas
Vezes ele ver ao seu derredor,
E, tbém o que saio do seu interior.
Parabéns.
Ray Nascimento