SE QUERES ACARAR-ME

É poesia com toda a certeza Gê!

"SE QUERES ACARAR-ME

Escutas-me como a um deserto."

Bonita e criativa reflexão.
abraços
maria

Gosto deste Ge cheio de doçuras nas mãos.

Um 2012 bacana!


Beijo


Karla B

Ge,
Voce sempre humilde em julgar a si proprio.
Voce eh um grande escritor.
Nao importa se a gente as vezes nao consiga fazer versos. Isso pode
ser relativo ao momento que passamos.
Muitas vezes tenho uma ideia, e no meio do dia, entre meu trabalho
cheio de detalhes, essa ideia desaparece.
Eu costumava escrever a ideia...mas ultimamente nem tempo tenho para
fazer isso.
Essa sua prosa poetica esta muito bonita. Eu pulei o titulo, e depois de le-la, entendi o titulo. Nunca vi essa palavra acarar. Mas nem precisei. Pois sua prosa me esclareceu.

Esta muito bonito o que voce escreveu.

Frases para mim escritas com talento:

"Sei o que anseias em tua vida invernada, então venhas! Queimes-te nestas zonas áridas"


"Tua visão terá que acostumar-se à contínua observação do nada"

"Atenda às vibrações eremitas das harmonias destas secas cordas solitárias. Depois, não reclames. Protejas-te do sol, cubras o rosto, os olhos"



Ge, eu poderia ate citar o texto inteiro. Esta muito bonito.
Um abraco,

~Mary~
PS: Agora ja sei o que eh acarar

acabei de te ler e ainda no balançar das suas palavras, num repente, me veio João Cabral de Melo Neto com os versos balançados em 'Vazios do Homem'

Os vazios do homem não sentem nada
do vazio qualquer: do do casaco vazio,
do da saca vazia (que não ficam de pé
quando vazios, ou o homem com vazios);
os vazios do homem sentem a um cheiro
de uma coisa que inchasse j´inchada;;
ou ao que deve sentir, quando cheia,
uma saca: todavia, não qualquer saca.
Os vazios do homem, esse vazio cheio,
não sentem ao que uma saca de tijolos,
uma saca de rebites; nem têm o pulso
que bate numa de sementes, de ovos.
.
Os vazios do homem, ainda que sintam
a uma plenitude (gora mas presença),
contêm nadas, contêm apenas vazios:
o que a esponja, vazia quando plena;
incham do que a esponja, de ar vazio,
e dela copiam certamente a estrutura:
toda em grutas ou em gotas de vazio,
postas em cachos de bolhas, de não-uva.
Esse cheio vazio sente ao que uma saca
mas cheia de esponjas cheias de vazios;
os vazios do homem ou o vazio inchado:
ou o vazio que inchou por estar vazio.