Ali só estava ele, que digeria a sua situação com grande dificuldade. Lembrava-se do que se esquecera de fazer, desejava mais do que nunca o que sempre havia querido... e de coisas que nunca pensou poderem vir a ser ameaçadas.
Sempre ouvira falar no destino dos outros sem se importar... mas caramba...! Agora não se tratava do destino dos outros... agora era o dele... ele tinha que ter alguma importância paa os outros... ou não?
Sentia-se encurralado, apertado, sem se poder mexer, perdido.
Ele sabia o que o esperava, ele sabia que ia experimentar o que muitos já tinham experimentado só uma vez.
Sentou-se, então, num dos quatro cantos que o rodeavam e chorou, berrou, suou de desespero.
Ouviam-se zombarias.
Ele apercebeu-se durante uma pequena fracção de tempo que estava no limiar da razão e sentiu chegar com doce suavidade uma embriaguez louca. Talvez fosse a misericordiosa mão da providência que lhe concedia aquela benção.
Ele compreendia... não... ele agora já não compreendia nada... ele agora ria, gargalhava doentiamente com uma expressão extasiada.
Novamente se ouviram zombarias.
Este era o momento em que se sentia leve, em que se sentia a flutuar tão suavemente, tão docilmente, já tão irresponsavelmente.
Agora o destino corria para ele e ele só ria...
Continuaram as zombarias que se perdiam no ar.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.