Aqui sozinha, congelo sofro com a neve que não cai, mas eu acredito. Olho em volta e torno a olhar em volta e não a vejo...
Já não sou uma criança mas peço que fique... Ainda me lembro do banho que lhe dei das gargalhadas que demos sem saber que se acabavam...
Sei que não sou a única que não encontra a luz a solução para nos reencontrarmos por isso eu peço que fique...
Andando pela rua, espero que por entre tantas portas que vejo que a sua se abra e a mãe me diga para voltar para casa...
Eu ainda me lembro... de todas as vezes que dormimos juntas das suas mãos quentes das suas preocupações que geravam desabafos...
Eu procuro-a à noite em sonhos, em recordações mas não consigo te-la perto de mim.
Quantas vezes eu lhe pedi para acreditar em mim? E a mãe foi... Virou as costas e caminhou sem olhar uma única vez para trás. Enquanto eu achava que não ia sentir a sua falta.
Hoje, a voz deste piano range as paredes desequilibram-se e eu caio na ilusão, talvez, de a poder chamar mãe.
E é nestas horas vagas que não consigo tirá-la do meu pensar. É nestas horas, que eu realmente tenho vontade de recomeçar tudo, de ser uma boa filha e poder merecer o seu amor de mãe.
Eu tento... e olho em volta e outra vez em volta e não a encontro.
Eu só queria sentir os seus cabelos finos o seu respirar quente o seu afago. Eu só queria que o sol de cada dia nascesse normalmente.
Não consigo entender como as nossas vidas se tornaram paralelas. Mas eu sei que tenho parte do seu orgulho e por isso, viro costas e caminho sem olhar uma única vez para trás.
'Dum vita est pO3tica'
Imagem fornecida pelo motor de busca Google e video tirado do Youtube.