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Avisa lá
que eu vou chegar
mais tarde.
Avisar a quem?
Avisará?
A voz irá
e vai estar lá
ninguem.
Avisa então
que vou mais cedo
antes da morte
involuntária.
Avise aos servos
e aos cervos,
todos da mesma
malária.
Ardo em febre
enquanto digo:
Terra à vista.
Delírio de eu-lírico
ou vista cansada
de horizonte seco
sem ilha.
a ilha deserta
onde ninguem quer
chegar
ninguem quer
ninguem quer estar lá
quando avisarem
minha ida
minha vida
ida em hordas de vozes
de aviso.
Morte
ou mar do norte,
velejo só.
Só sei que não sei
nada.
Não sei nadar.
Um dia, morro afogado,
apaixonado por mim,
sem aviso
nem choro
nem vela.
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