O comboio da nossa vida, quando chegou à estação
Vinha alegre e buliçoso em alvoroço, apitando!
E ali gente agitada, esperava também o trem.
Embarcou passageiros, continuou deslizando,
Naquele suave embalo dos braços da nossa mãe .
Nesse baloiçar dormimos o sono da inocência.
Acordamos um dia. O nosso olhar é de encanto
Com sonhos sem pesadelos e suaves de ternura,
Tateando a natureza, aspiramos seus aromas.
Continuando viagem, vivendo a nossa aventura!
E no comboio resfolgando, aquele doce embalar
Faz nos parecer tudo eterno, frescura de Primavera
Embeleza a nossa vida, mostrando lindas paisagens
Que entram pela janela e com a magia dos sonhos
Trazem um leve entorpecer de inevitáveis miragens!
A outra estação chegamos, sem percalços de maior
O malão na bagageira vem cheio de tudo e de nada
Trouxemos livros diversos, para o tempo superar.
E o comboio la vai rodando na via por nós, tomada
Súbito o comboio abranda. Que se estará a passar?
Sofremos um abanão! descarrilamos, agora?
Coragem vamos espreitar o que está acontecendo.
Ouvimos então gritar! Há muitas pedras na linhaaa!
Como vamos remove-las? Ajudai-nos meu Senhor.
E no comboio escurece damos conta que é noitinha.
A viagem já vai longa, apita o trem dando aviso!
Na bolsa do coração guardamos os nossos bens.
Aconchegamos a manta, o frio começa a chegar
Tiramos da bagageira o malão do tudo ou nada.
Adeus! O lenço, na mão acena é a hora de apear.
Vólena