Deixem passar quem traja ainda
negro luto ... corvos unidos
que voam brancos-Ceus,
penas, quantas penas ... escolhos,
ventos em petalas d'acuçenas.
Deixem chorar quem d'amargura
bebe o fel ...
quem d'angustia vive longe,
cheio de noite e solidão,
rasgando fundas chagas
do principio ao fim do Coração!
Deixem morrer quem d'Amor
permanece tão ausente ...
Deixem partir, porque todos partem,
em busca do que sentem ...
Deixem passar quem procura esse calor,
que entre cirios, passa desfeito pela dor ...
Deixem passar... deixem passar ...
Ricardo Louro
em Évora
Ricardo Maria Louro