Às vezes a gente ainda se encontra
nos atria da Vida,
por acaso,
que já se perdeu a paciência, o tempo,
a eloquência
que os princípios acrescentam aos casos.
A gente vê-se, dá um sorriso,
um gosto(-te), um gesto,
um abraço, talvez, se for preciso
-
e prossegue, cada um para o seu piso.
Às vezes a gente ainda se encontra
nas f(r)estas do Tempo,
pontualmente,
que já se perdeu a rotina das datas,
a indulgência,
o sentido da exacta inocência
que os indícios erraram na gente.
O corpo dá um encontrão, espanta-se,
ricocheta como pedra num charco,
reúne-se à mente,
levanta-se em círculos
-
e perde-se, de novo, no esbater dos vínculos.
Um dia, quem sabe, talvez a gente se encontre.