MARIBEL: OS 'PODERES' E O TEMPO
Maribel tinha alguns 'poderes' que não entendia.
Qualquer relógio que estivesse perto dela, parava de trabalhar.
Qualquer bijuteria ficava escura, em questão de horas de uso.
Qualquer roupa ficava amarela, a
o seu contato na pele. Muitas vezes as coisas que queria usar eram as primeiras a sumir inexplicavelmente de casa...
Podia ver luzes azuis saindo do alto do teto, de algum ambiente da casa.
Seus desenhos (de mulheres nuas), 'criavam vida', e houve gente que jurasse que eles piscavam os olhos e sorriam na parede.
Mas para ela, o interessante era mesmo seu 'poder' de fazer os relógios pararem de contar o tempo.
Maribel não tinha olhos cor do céu. Mas tinha 'poderes' que ninguém da Terra, poderia explicar...
Fez então uma poesia sobre o tempo, os relógios e sobre ampulhetas. O 'TEMPO' tornara-se uma fascinação para ela.
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O TEMPO, O RELÓGIO, A AMPULHETA
Tempo foi, vem, tempo vai...
Não há na verdade um 'Presente'
Pois se houvesse, um segundo depois já seria passado...
O próximo momento é o futuro, o 'Presente' nem se sente!
Tempo contado, não que seja de nosso agrado
Ele nos envelhece!
Porém nos torna experientes e talvez até sábios...
O relógio para comigo, não sei o porquê.
Mas sei que quanto a isso, nada posso fazer.
Espero que o 'relógio biológico', dure na sua batida ainda bastante tempo,
Para que possa alçar voos que nunca fiz:
Realizar ainda algumas coisas pendentes,
Que o passar do tempo, não completa na gente...
A ampulheta sempre foi um objeto especial para mim
Desde pequena tive uma.
Areias coloridas de um azul muito lindo!
Talvez aí esteja, a razão da minha paixão também por essa cor.
Mas a ampulheta é a mais implacável de todas as formas de contar o Tempo:
Quando o último grão de areia cai,
É sinal que mais um importante momento, se vai...
O Tempo, o Relógio e a Ampulheta, andam de mãos dadas.
Apesar do primeiro não ser um objeto, como os outros dois,
Faz o pior estrago:
Conta, conta e nos mantém presos nessa conta, horas, dias, meses, anos a fio...
E no fim de tudo, apenas o tempo de se fechar os olhos.
FÁTIMA ABREU