Abro as mãos crispadas,
solto os ventos aprisionados,
deixo-os voar livremente
em busca de sorrisos de alegria!
Olho as minhas mãos abertas e vazias
de nadas...
Suspiro ilusões de novos ventos,
ou de simples brisas acalentadoras,
que me libertem deste aperto
que me sufoca o peito!
Quero inventar-me livre,
sorrir inocentemente às árvores
que me olham serenas,
no seu agitar de doce bailado!
Quero gritar às estrelas
que esta minha letargia
me impede de viver...
E...quando eu pousar o meu olhar
nas águas daquele rio, que corre mansamente,
quero contar-lhes que a minha alma
se livrou dos grilhões que a torturavam!
E...ao ouvir as doces melodias
do canto das aves, de cores quiméricas,
quero ser metamorfose de um ser alado,
e voar...pensamentos pelo infinito
na ousadia do meu querer e sentir!
José Carlos Moutinho