Porque foges tu amigo meu
ao garanhão oculto no arvoredo
à fome , ao vento, ao medo
À justiça logrume que deslumbra,
ao calor do sol tingido de verde,
ao encanto que murchou
Numa esquina da guerra
onde as palavras são fumo
fruto da lei fria de canhões e mísseis,
ao oceano orgia de momento.
Porque foges tu amigo meu
à enciclopédia de Direito
oculta na capa do Juíz do Planeta “Inferno”,
ao longo percurso, à interminável subida
rumo ao horizonte da tua idade,
ao espantalho do tempo
que te acena demente
o ócio…a escória …a podridão.
Porque foges tu meu amigo
à Lei da Vida , do pensamento.
Porque és tu amigo meu
escravo da Loucura
filho do Desalento.
Fernanda Viais