Poemas : 

Lembranças

 
As velharias sempre arrecadei
Nesta caixa de cartão às florinhas.
Aí guardei sempre com carinho
aquela encantadora e linda boneca
rosada e taful cheia de rendinhas.

Como adorava aquela amiga
sempre presente, com quem dividia
todas as alegrias e também as dores,
os meus problemas, e choradeiras,
Que quase, sempre compreendia.

Sabia tão bem guardar segredos
Calada e muda, como convinha.
Os trabalhos da escola, por vezes,
ficavam para trás, por causa dela!
Para lhe dar banho e fazer a papinha

Depois, lia-lhe histórias de fadas
outro gosto que tanto nos divertia,
e nos levava para um outro mundo.
Real ou não, que nos importava,
eram os melhores momentos do dia.

Depois encontro outros recuerdos!
Pequenas medalhas muito bem cuidadas,
as da Primeira Comunhão, do Crisma!.
Os santinhos que entre nós trocámos
com frases doces e gatafunhadas.

Era uma criança muito tranquila
menina querida da sua querida Avó
que fazia rendinhas de crochet,
nas toucas das bonecas e nas saias,
hoje amarelas, quase feitas em pó.

Nem sei bem o que sinto ao abri-la.
As coisas ternurentas, que arrecadei?!
Naquele tesouro já descolorido.
o tempo e as traça, lhe darão o fim.
Mas no coração. Eu as levarei.

Vólena



 
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Volena
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/12/2012 13:10  Atualizado: 11/12/2012 13:10
 Re: Lembranças
Um acontecimento vivido é finito, na esfera do viver, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, chave para tudo o que veio antes e depois".

Um poema para reviver em ternuras, belooooooo


Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 28/08/2013 19:33  Atualizado: 28/08/2013 19:33
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Usuário desde: 30/06/2009
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Mensagens: 6700
 Re: Lembranças
Que lindo!
Delicado,
cheio de detalhes femininos
tão comuns a todas nós.
A minha "Leleca" não lhe chega
aos pés!
Bjos


Enviado por Tópico
velhopescador
Publicado: 29/08/2013 00:33  Atualizado: 29/08/2013 00:33
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Localidade: Marília-SP Brasil
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 Re: Lembranças
Que sorte das meninas, por terem suas bonecas, e,
que sorte das bonecas por terem suas meninas.

Uma tem à outra, como a outra tem à uma.
Normalmente elas lembram de quando ganharam cada boneca, mas,
igualmente aos adultos, nunca sabem exatamente quando as perderam.

Lindo o teu poema, uma verdadeira canção.

Abraço grandão.
Até o retorno da pescaria.
><>