Olho os teus olhos,
Avassala-me o azul do teu olhar
Fico preso, acorrentado
E as palavras não saem
Meu imo vacila… fica mudo,
No teu encanto me desnudo
Como imberbe inexperiente
Taciturno
E há tanto para dizer,
Falar da chama que aguilhoaste em mim,
Declamar… patentear o que senti
Segredar no âmago em ti…
Quando te tive,
Te possuí…
Na noite adiantada,
Enleados no luar á beira-mar
O areal, um lençol de cetim
Segredar,
O sentir-te arrepiar,
O rubor do teu rosto
Os fluidos do teu corpo
O etéreo desejo
O aveludado das tuas palavras
A ária do teu suspirar…
Sim,
Amei-te…
Como a noite ao luar
Mas as palavras não vão…
Prisioneiras de ti,
Ficam por ditar
Luis Paulo