Meus olhos são
espaço cideral
que vão além do
horizonte.
Minha lingua é fonte,
o meu peito ponte,
travessia aterna
de amores medrosos.
Já fui ontem,
emancipei o amanhã
mas nunca soube
viver o hoje
Meu peito é como cais,
veleiros aportando
ou barco que já se vai.
Nunca permaneço parado.
As águas do inquieto
me levam pelo azul repleto
cor do mar
grande imensidão de mágoas.
Nave não tripulada
minha cabeça perdeu as asas
de viajar
minhas idéias.
Estou a deriva também no espaço,
ambos azuis céu e mar,
mas não acho espaço
porque espaço pra mim não há.
Enquanto isso
vou me perdendo
em qualquer caminho
em qualquer lugar
Onde houver
ou no que há,
pra tentar inutilmente
fazer existir
o que em mim não há.
Um pouco de mim. Meu estado atual..