FARDO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Os comuns não sabem,
Mas o vazio pesa
E nos curva.
Meus fardos vazios
Eu os mantenho abertos.
Sempre cabe mais
Nesse vazio que pesa.
E recolho pelo caminho
Os nadas que curvam os ombros...
Ai de mim
Que não sei
Distribuir meus vazios...
Mas são meus,
E ninguém os merece.
A cada um os seus...
Meus fardos,
Eu os carrego conformado.
São meus eus.
Estão em tudo que faço.
Cicatrizes invisíveis
Que me curvam a alma...
MINTO.
Os comuns sabem.
Também eles carregam
Fardos vazios...
Também eu sou um comum