Poemas : 

Oh mar salgado

 
Tags:  Portugal    lamento  
 

Oh mar salgado, quanto de ti é Portugal
Gotas de sangue, suor, Bem, Mal,
Quantas correntes és turbilhão
Quantas ondas, coração

Oh mar encarpado
Em rochas abraçado
Quanto de ti és eu
Água doce que amanheceu
Em foz serena de Hino entoado
Bandeira ao vento agitado

Oh mar calmo, preia-mar
Quanto de ti morreu
Por alguém acreditar
Que se ganhou o que se perdeu

Oh mar azul de prata
Quantas gotas têm cor
Nessa saudade que nos mata
De te sabermos nosso alvor


Delfim Peixoto © ®

 
Autor
delfimpeixoto
 
Texto
Data
Leituras
1649
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/12/2012 18:13  Atualizado: 08/12/2012 18:13
 Re: Oh mar salgado
Que sonho de poema !
Belíssimo! Abraços

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/12/2012 12:44  Atualizado: 09/12/2012 12:44
 Re: Oh mar salgado
A saudade é a ausência de uma essência, uma maravilha e poema

Enviado por Tópico
Alessa
Publicado: 09/12/2012 23:34  Atualizado: 09/12/2012 23:34
Da casa!
Usuário desde: 20/09/2012
Localidade: Parnaíba/PI
Mensagens: 478
 Re: Oh mar salgado
Olá caro Delfim!
Belo poema. Ninguém quer nadar contra as ondas da saudade, ondas que nos afogam no sofrimento de estar longe. Parabéns!

Um abraço,
Alessandra

Enviado por Tópico
VIDEIRA
Publicado: 18/12/2012 13:34  Atualizado: 18/12/2012 13:34
Colaborador
Usuário desde: 30/10/2009
Localidade: Profundo Portugal
Mensagens: 502
 Re: Oh mar salgado
Gostei do gosto a sal de sangue nosso (passe a demasia dos ss...).

Ainda hoje me passou pelos olhos (e mãos) um poema que me lembra este, ou este me faz lembrar... (ai, Portugal!):

Ah, meu pobre povo hipotecado
pela névoa que das manhãs se alevanta!
este mar, este mar que é o teu mantra,
o teu beijo, o teu hino, o teu destino,
não te basta a fé que tens num céu maior...

e não há lágrima que te não salgue a glória triste
de teres sido o que sonhaste e em ti existe

como império e naufrágio,
poema em canto e plágio,
esperança de Penélope
em vão de noite tropical...

Ah, meu pobre povo hipotecado,
ainda hoje soa longe o teu fado,
aquém da História, além do sonho,
aqui no peito
e no céu e na terra
onde a Saudade
se diz palavra com sentido
e sem igual...



...ou Portugal.



Teresa