procuro-te
por todos os lugares
tento chegar ao aroma
do teu perfume
numa rosa vermelha
mas não te encontro
a roseira sorri para mim
solta uma pétala
que entra em minha boca
onde posso saborear esta paixão
mas tudo é uma quimera
é outono e tu não estás
apenas uma folha cai
e vem ter comigo a meus pés
fico atento ao vento
esperando ouvir
os teus suspiros
mas não te oiço
e neste ar que respiro
procuro sentir teu corpo
mas não acaricio
a tua suave pele
o vento alegra-me
com outra folha de outono
a cair a meus pés
abro os meus olhos
e não te vejo
não te sinto nem te toco
esta impossível
capacidade de te ter
nos meus sentidos
atira-me para
o labirinto da minha morte
não encontro a saída
que abre a tua porta
fecho os olhos
tentando morrer sozinho
com os olhos fechados
vi uma luz brilhante
(não sei se morria ou vivia)
a luz aproxima-se mais de mim
e por entre ela
surgia a tua imagem
via-te agora diante de mim
viste ter comigo
com a rosa vermelha ao peito
afinal os sentidos enganam
só o sonho repara as suas falhas
atirei as duas folhas que vieram
cair a meus pés
para cima do teu ventre
onde se uniram e fecundaram
um filho meu
a que chamei
ROSA