Desço o olhar
nos tons ténues
onde as rosas desabrocham
na cor das nuvens em cinzas...
Na sombra escura das costas
escuto murmúrios de palavras
lavradas a outros rostos...
Fios de néon
dançam mudos
onde as revelações
são constelações da noite
num retrato a preto e branco
a lembrar o tempo antigo...
Como um canto repetido
quando as pétalas se abrem
...e as sementes se esquecem
na terra das lágrimas adocicadas
com sorrisos salgados...
Legados onde o rosto
se encosta em nostalgia
para sentir a fragrância rara
das pontas da lua
numa noite vestida de dia sem luz...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...