Purgatório
Então! Você, consegue me ver?
Juntos, deixamos germinar a semente
A mentira perfeita, arte do não viver
Irreal neste palco, corrimento influente
Gaiola fria que esconde o real do prazer
Obra inacabada, acidente da mente
Do gênio da razão, do céu efervescente
De raios e trovões, purgatório cadente
Não! Vejo apenas sombras de realidade
Penumbra dos sonhos, olhos pasmados
Objetos genéticos, privados de vontade
Muralhas da corte, correntes da maldade
Trancas de desejos, corações mortificados
Refletem no espelho faces da crueldade
Murilo Celani Servo