Segue o tempo medindo a distância
Lembranças viajam a uma época transposta
Ao presente contemporâneo que o instante inexiste
Do mundo idealista revelado e inverso no espelho
Transformando a primavera numa estação de verão
Na saudade dos retratos, uma infância sobrevive
Julgando o momento em que tudo se faz ausente
lágrimas deslizantes desvendam os olhares corrompidos
Fora do alcance do que não se vê além das cores do arco íris
Em que uma porta sempre aberta, com sua placa de saída
Do tempo que morreu, do antes do agora se depara com o real
Quando os desejos e paixões renovam-se pelo seu ultrapassar
Pois o caminho já sem volta por estar em curso o destino
Das almas que hesitam diante da nudez plena do desconhecido
Murilo Celani Servo