(I)
Vinte e um do doze de dois mil e doze
***
todo mundo se apavora
todo mundo faz o que der na telha
sem demora.
o vegetariano comemora
fazendo um churrasco sulista
O ateu, arrependido
Vai à igreja confessar
Já o crente, indignado
Põe toda a culpa em Deus
As virgens
Ah, nem digo sobre as virgens
E sobre as perdidas
essas rezam de joelhos
O tímido se diverte
O divertido se intimida
Mamãe não sabe o que fazer
O filho se ajoelha aos pais
Não era assim que devia ser?
O mundo todo se apavora
O caos vem sem demora
Uns passam a noite debaixo da cama
Outros encima, acompanhados de um amor...
E assim no dia vinte e um
DO doze de dois mil e doze
****
(II)
vinte e dois do doze de dois mil e doze
***
O mundo acorda,
Os que fizeram loucuras
nem se lembram
Quem se matou,
morreu,
Quem ficou pra virada
Da meia noite
Se arrependeu
E sabe como é o fim do mundo na verdade?
É assim:
Todo mundo com cara de tacho.