Poemas : 

A DANÇA

 
Não te amo como se fosses uma rosa ou um topázio
Ou a flecha de cravos, que o fogo lança.
Amo-te como certas coisas escuras devem ser amadas,
Em segredo, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e carrega,
Escondida dentro de si, a luz de todas as flores.
E, graças ao teu amor, escura no meu corpo
Vive a densa fragrância que cresce da terra.
Amo-te sem saber como ou quando ou de onde.
Amo-te tal como és, sem complexos nem orgulhos.
Amo-te assim porque não sei outro caminho além deste
Onde não existo eu nem tu.
Tão perto que a tua mão no meu peito é a minha mão.
Tão perto que, quando fechas os olhos, adormeço.


Pablo Neruda
( 12/07/1904 — 23/09/1973)
Autores Clássicos no Luso-Poemas

 
Autor
Pablo Neruda
 
Texto
Data
Leituras
1377
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2012 19:10  Atualizado: 24/11/2012 19:10
 Re: A DANÇA
Para Neruda,

Ah, quem me dera ter ouvido
Esse poema com a força
De mil flechas de cravos
Lançadas pelo fogo
E todas as promessas selvagens
Que moram na semente
Que ainda não vingou.

Um beijo e um abraço
De quem te leu,

Com amor,

Sandra.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2012 22:02  Atualizado: 24/11/2012 22:02
 Re: A DANÇA
Belo poema. Abraço para o defunto.