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seja-me procura a ida, a vinda,
quando olho pela janela gradeada, medrosa,
como se tudo fosse perigo,
assalta-me a nostalgia da liberdade,
tudo novidade lá fora, ou aqui,
, e as mãos tateiam horizontes,
ocasos, hecatombes que se perfilam,
porque não?,
repete-se beirute, gaza, dar es salaam,
repete-se o outro que se liberta deixando o
cordão umbilical estático, constante,
repetindo-me, distorcendo-me,
“- ei, tu aí, dança!”
(I)
os lírios voam sem destino,
nunca serão aves migrantes,
,resistem ainda ecos, destroços,
enquanto os corpos se reconstroem,
e habita-me o cansaço,
o som do piano num bar de terceira, algures ,
as garrafas de gin vazias,
[sempre vazias...]
fitam-me olhares vazios,
e palavras,
e mais palavras que não entendo.
(II)
,sejam procuras,
,sejam só idas,
sem porras de regressos, fragmentos.
[vazias...]
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)