O olhar atiça as mãos...
e elas se escondem por baixo de
flor....
Um pingo deslizado...
orvalho caindo,
as mãos (agora) nadam...
Pra longe dos anéis de nuvens
Da cantiga do riacho
Do delta do rio
Fogem das ondas
Do barco que zarpa
Fogem da areia
Chutam pedregulhos
Desvencilham-se da argila...
Escondem-se em axilas...
Em copas de árvores,
Entre ramas
Fogem dos musgos
de troncos...
De palmeiras
De folhas que caem
Do vento insinuante
De bromélias
De orquídeas
De montanhas
Afastam-se do fogo...
Negligenciam a neve
Os pássaros
As borboletas
As flores
Enrijecem pra sorrisos
...Pra lágrimas
...Pro prazer
...Pra dor
...Pra paixão
...Pro amor
As mãos do poeta
Querem abrigo...
Um esconderijo
Pra se ocultarem
e descansarem
Das inspirações que enchem
os olhos do poeta...
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.
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