É fogo o signo do poeta
A alma repartida, mansamente.
Vento, jardim, desterro,pensamento.
Que ilusão de perfil, pedra esverdeada.
De coração aberto, de muralhas.
Luz de sonhos, pedra de esmeralda.
Abaixo uma errante música de espumas.
Feliz nostalgia, muro embelezado.
Se escuta, escuta incansável, generoso
O verso, como nuvem, como terra.
E vou eu, ganhando, conhecendo
Seu berço de nostalgia, sem segredos.
De cantar a vida com sabedoria,
Com indizível paz, com doce harmonia.
Belíssima canção aos ouvidos leigos.
Como a rosa, o cravo, que pureza.
Como a rosa, morta, entristecida.
Como o cravo, imagem de fé silenciosa.
E eu sou canto, sou o fim, sou o poema.
Belíssima razão, ou triste desvaneio !
Avanço em meu delírio, e em teu assombro.
Que límpido sentimento, obriga o coração
Conviver com ninfas, violetas,com rumores.
Que quietude inquietante, em meu horizonte,
Cheio de sonhos e de esperanças.
Que estação para ser ramo seco,
Cor purpura, não lamento, é a vida,
Como fresca brisa de outono, a soprar.
Digo eu, somente eu, e minhas fronteiras,
Dando um clarão de lua a distancia.
Digo sou azul, sou tempo, sou silêncio,
E digo também, amor, coração, irmão.
Ao pronunciar meu signo de poeta,
Dizer meu nome seria um sacrilégio.
A todos os poetas e poetizas do Luso.
Rui Garcia