Construí estes meus muros,
Com um forte sopro de fogo os esculpi,
Assim fiz como quis.
Só tu e eu, nesta dança que escolhi.
Poderíamos mandar parar o mundo,
Mandar nos céus e roçar na lua...
Por que não posso fazer isso contigo?
O silêncio em volta da minha boca,
Condena esta minha prepotência.
Nosso jantares surdos e mudos,
O som que ensurdece constantemente,
O desejo do eu poderia,
Mas não me posso confortar.
É que eu sangro, ultimamente,
internamente por um dia passado.
Ao ponto de morder a língua,
Entrelaçando exaustivamente os dedos...
Os meus...os teus.
Palavras cortam como uma faca
Poderias realmente dizer,
O que ainda não foi dito.
O desejo estava aqui, bem aqui,
eu queria que ficasses bem perto...
A minha raiva é melhor queimada,
Num noite quente em frente à lareira,
Eu pensei que não era, mas estou aqui te dizendo...
Não me ligues...
Vou morder a minha língua,
O que há de tão grande sobre a grande ilusão,
É uma breve explosão para ti,
E para mim, uma tão modesta vibração.
Uma simples e bela aventura,
A demência senil, talvez,
uma maneira de rir ou partir.
Nuno Nebel