Fica demasiado frio quando somos congelados pelo tempo.
O ar gélido queima os pensamentos, a concentração penetra nas mãos frescas, no tremelicar dos ombros, no gaguejar frívolo ao decorrer de uma conversa.
Um chuto numa pedra.
Caminho depressa na esperança de entrar em casa e sentir o cheiro a lar.
Encontrar-te deitado na cama e sentir o quente das tuas palavras no meu peito, nos meus pulmões mortos por um vício fumegante.
O silêncio da caminhada faz-me trespassar o olhar das pessoas que me ignoram na rua. Preocupam-se com os jantares por fazer, as horas de chegada aos trabalhos nocturnos, as crianças que permanecem nos infantários, ansiosas por ouvir uma voz chamar e dizer que vão para casa.
É demasiado absurdo quando passeio sem ti.
Padeço sempre que o dia se transforma em noite… E tu não estás.
les fleurs mortes.