Neste mundo, nesta Terra,
Há tanta, tanta guerra,
Mas todas elas diferentes.
Há a guerra pelo poder.
Há a guerra pelo dinheiro.
Há a guerra no desporto
Para tentar ser o primeiro.
Mas não há melhor guerra
Do que a guerra do amor
Que já vem das noites os tempos;
Para Adão e Eva...
Talvez fosse passatempo!
É uma luta corpo a corpo,
Num bailado de felicidade.
As armas? são os olhos que brilham
Como espadas cintilantes,
Lábios que se entrecruzam
Entre dois seres amantes.
Dois corpos jamais cansados
De lutar como guerreiros
Pelo amor aprisionados...
Felizes prisioneiros!
No fim dessa luta de amôr
Nossos corpos abandonados,
Descansando alongados
Nesse campo de batalha
Que não era que uma cama,
Recebemos como medalha
Um fósforo, que nos deu a chama
Para acender nossos cigarros.
E entre duas auréolas de fumo,
Minha mão tomou teu rumo
Indo acaraciar o teu corpo;
Fechas-te os olhos de conforo
Ao sentires minha caricia.
Nossos corpos transpirarm.
Nossos corações suspiraram
Num suspiro de trovador.
Então, senhores das guerras
Enterrai as espingardas
Até que elas dêm flor.
A. da fonseca