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(I)
Agora.
como a noite desassossega o sossego repentino
por onde pulula o forte bramir do sonho,
protege-se em cendradas cores, opacas,
agita-se o corpo, o olhar habitua-se na escuridão,
às sombras quietas, estáticas. Nada.
(II)
levanta-se da terra por onde os passos descansaram,
absorvendo húmus,
julgava-se num mar distante sem ondulação, sem vento.
(III)
Depois, talvez.
talvez se morra distante, inseparável de si,
talvez se acorde, tardiamente,
apenas fragmentos, queixumes, redenções falhadas,
perenes os pesadelos repetidos,
noite, dia, apenas se sucedem,
queda-se na sua desinência, só,
[levanta-se o outro fugitivo, acompanhado
dos outros todos libertados, caminham]
purificam-se.
(IIII)
,pelas noites morrem estrelas, todas as noites,
,pelos dias nascem corais, todos os dias.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte