Poemas : 

,pelas noites morrem estrelas

 
.
.
.
.
.
.
.
***
(I)

Agora.

como a noite desassossega o sossego repentino
por onde pulula o forte bramir do sonho,

protege-se em cendradas cores, opacas,

agita-se o corpo, o olhar habitua-se na escuridão,
às sombras quietas, estáticas. Nada.

(II)

levanta-se da terra por onde os passos descansaram,
absorvendo húmus,
julgava-se num mar distante sem ondulação, sem vento.

(III)
Depois, talvez.

talvez se morra distante, inseparável de si,
talvez se acorde, tardiamente,

apenas fragmentos, queixumes, redenções falhadas,


perenes os pesadelos repetidos,
noite, dia, apenas se sucedem,

queda-se na sua desinência, só,

[levanta-se o outro fugitivo, acompanhado
dos outros todos libertados, caminham]

purificam-se.

(IIII)



,pelas noites morrem estrelas, todas as noites,
,pelos dias nascem corais, todos os dias.


"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)






Textos de Francisco Duarte
 
Autor
F.Duarte
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1032
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 19/11/2012 02:03  Atualizado: 19/11/2012 02:03
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: ,pelas noites morrem estrelas
Estrela matinal... bem aqui em versos de vento,
molhados e guardados. bjs