Poemas : 

A morte da palavra

 
Escuta-se o silêncio
no tic tac do relógio
pendurado na parede,
precipitando-se sobre o vazio
encontrado
na ausência da palavra
interdita.
Desconfia-se que a culpa
seja do verbo
que emudeceu
por razões ainda não apuradas.
Morreu nua a coitada,
num atropelo de pensamentos
cujo embate ocorreu
numa esquina
escorregadia
por volta das três da madrugada...
Ninguém a socorreu!


*... vivo na renovação dos sentidos, junto da antiguidade das lembranças, em frente das emoções...»

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cleo
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Enviado por Tópico
roniel.oliveira
Publicado: 16/11/2012 22:28  Atualizado: 16/11/2012 22:29
Participativo
Usuário desde: 11/11/2012
Localidade: Belo Horizonte
Mensagens: 12
 Re: A morte da palavra
Gostei muito! Apesar de fugir da linha que escrevo,apreciei muito esse obituário da palavra escrito por você - uma noticia mortis pura, poética, mas com um viés de inconformismo e sátira nos porões das entrelinhas. Vou ler mais textos seus, poetisa!


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 18/11/2012 11:13  Atualizado: 18/11/2012 11:13
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: A morte da palavra
Gostei muito Cleo, de facto não há que ter medo das palavras, estas são para usar mesmo.
Que vivam todas!
Beijo
Roque

Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 18/11/2012 11:20  Atualizado: 18/11/2012 11:20
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: A morte da palavra
nota para uma elegia:

ainda vem que vai havendo vibrações, entre o ruído e o silêncio.


Beijo.