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(III)
destrói a linguagem,
os epítetos, destrói o cinturão de afrodite,
destrói o verso,
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que as imagens fiquem fixas, imóveis, isoladas,
e se o tempo parar,
se os rios (então) nascerem do salso mar bravio ou do estagnado pântano,
que tudo seja engolido pelo ocaso,
libertação, ou liberdade que importa, mas que seja.
(II)
como o raio.
tudo muda, até recordações, obsessões, até criações,
transformam-se, transtorna-me o dia assim sonso,
gemido calado, silêncio desflorido de outono,
expeço-o com a rouquidão do pedinte,
destrui-lo-ei pela noite,
(I)
acordo-me da vã visão do nefasto.
[aleatório o devaneio]
grito-me.
"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"
("Afrodite? Não" Jorge de Sena)
Textos de Francisco Duarte