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Há um monte belo,
vistoso por ser verde,
e grande.
Entre os montes
parece não destacar-se
pela forma piramidal.
Olhos nús talvez não vejam.
Olhos crus (melhor assim).
Há como sentir a pirâmide
por outros trâmites -
os que enxergam-na,
também são aptos
a sentir o que emana,
ou transborda de lá.
A pirâmide guarda,
mas, como qualquer exagero
de tarefa cumprida
ou de meta, para além,
o guardado transborda
pois a pirâmide limita-se ao monte.
É um horizonte lindo
aquele em que fixa-se o monte.
Há pirâmides por todos os lados
nesse neo-Egito
de faraós múmias vivas.
O concreto vivo
denuncia a forma,
em topos e ápices prediais
onde o olho cru não corre.
O olho cru procura cegar-se.
Só enxerga sete palmos abaixo do chão.
Esquece-se de dar palmas
aos arredores.
São gentes,
árvores,
pássaros.
São sóis,
ventos,
chuvas
e pirâmides.
Mas, nada se compara ao monte.
O monte verde-oliva.
O monte que só eu vi.
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